Tarifaço de Trump também vai impactar indústria brasileira, e governo corre para montar estratégia
Governo brasileiro se mobiliza para responder ao tarifaço de Trump, que pode impactar fortemente as exportações nacionais. Reuniões emergenciais buscam estratégias para mitigar os efeitos negativos nas relações comerciais entre Brasil e EUA.
Tarifaço de 50% de Trump: Se entrar em vigor em 1º de agosto, poderá prejudicar não só o agronegócio brasileiro, mas também as exportações industriais.
Dados do Monitor do Comércio Brasil-EUA, da Amcham, mostram que as exportações industriais brasileiras para os EUA chegaram a US$ 16 bilhões no primeiro semestre de 2023, alta de 8,8% em relação ao ano anterior.
Reunião do governo: O presidente Lula da Silva convocou uma reunião de emergência para discutir o tarifaço, incluindo o vice-presidente Alckmin e especialistas do Ministério da Fazenda.
Alckmin anunciou que um decreto sobre a Lei de Reciprocidade Econômica será editado, permitindo ao Brasil retaliar as tarifas de Trump, o que pode incluir a imposição de tributos e restrições sobre importações americanas.
Crescimento das exportações: Os EUA estão se tornando o principal destino das exportações brasileiras, com 12,4% do total, superando o Mercosul, União Europeia e China.
A Amcham destacou que o tarifaço pode inviabilizar parte significativa das exportações. Os principais itens exportados incluem aeronaves (US$ 1 bilhão), ferro ou aço (US$ 1,9 bilhão) e óleos combustíveis (US$ 830 milhões).
Déficit comercial: Apesar do aumento, o Brasil teve um déficit de US$ 3,7 bilhões no comércio com os EUA. As exportações totais do Brasil para os EUA foram de US$ 20 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 21,7 bilhões.
Desafios legais: Advogados alertam que a Lei de Reciprocidade pode ajudar nas negociações, mas retaliações podem intensificar a guerra comercial, afetando diversos setores da economia brasileira.
A situação pode resultar em consequências negativas, como adiamento de investimentos e contratações. O especialista João Amadeus enfatiza que a conjuntura econômica do Brasil não permite riscos elevados.