Tarifaço de Trump tem impacto relevante sobre setores, e Copom deve ter cautela com juros, mostra ata
Copom enfatiza a necessidade de cautela na política de juros devido a incertezas trazidas pela sobretaxa dos EUA. O Banco Central observa impactos setoriais significativos e mantém a Selic elevada para controlar a inflação.
Sobretaxa dos EUA impacta Brasil
A sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros gera efeitos significativos nos setores econômicos, conforme ata do Banco Central divulgada em 5 de outubro.
O Copom (Comitê de Política Monetária) destacou que o cenário externo é “mais adverso e incerto” devido à política comercial do governo Trump. A taxa comercial elevada tem impactos setoriais relevantes e incertos na economia brasileira, dependendo das futuras negociações.
O comitê está atento aos impactos potenciais na economia real e no comportamento dos ativos financeiros, focando nas consequências para a inflação doméstica.
A avaliação é que existe maior incerteza no cenário externo, levando o Copom a adotar uma postura de cautela.
Na última reunião, realizada em 30 de setembro, o Copom decidiu manter a taxa de juros em 15% ao ano, interrompendo um ciclo de alta da Selic.
A decisão coincidiu com a assinatura de Trump, confirmando a sobretaxa e uma lista de quase 700 exceções.
O colegiado enfatizou a necessidade de manter a Selic em patamar elevado por um tempo prolongado para garantir a convergência da inflação à meta e moderar o crescimento econômico.