Tarifaço de Trump tumultua logística na rota Brasil-EUA
Logística entre Brasil e EUA enfrenta caos antes da sobretaxa de 50% em mercadorias. Exportadores buscam alternativas para evitar tarifas, enquanto terminais acumulam cargas devido à suspensão de embarques.
Logística entre Brasil e EUA tumultuada devido à iminência da sobretaxa de 50% sobre mercadorias brasileiras, que entra em vigor em 1º de agosto.
Exportadores estão com pressa de enviar cargas, utilizando o transporte aéreo, congestionando o Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde as vagas disponíveis estão sendo rapidamente ocupadas.
Luigi Rosolen, da West Cargo, relata que as remessas aéreas estão aumentando, principalmente de calçados, frutas, cimento, automotivos e peças agrícolas, com 20% das exportações de Guarulhos destinadas aos EUA.
A GRU Airport alerta que os clientes devem confirmar reservas prévias para evitar acúmulo de cargas. Algumas empresas estão redirecionando remessas para terminais com menor demanda, como o Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre.
No modal marítimo, a situação é oposta. Com a proximidade da data limite, as embarcações estão sendo suspensas e cargas retidas, como as de madeira de Santa Catarina.
A Vports no Espírito Santo cancelou um navio devido à queda na demanda, e mais de 80% das exportações de café e carne foram canceladas, juntamente com produção suspensa em vários estados.
Preocupações no setor de ferro-gusa em Minas Gerais aumentam, com possíveis demissões e deslocamento de fornecedores. Cerca de 1,2 mil contêineres de rochas naturais, totalizando US$ 40 milhões, também tiveram seus embarques suspensos, mas sem cancelamentos de compra.
O lobby de entidades nos EUA busca influenciar o governo Trump sobre a sobretaxa, dada a relevância das exportações brasileiras para o mercado americano.