Tarifaço de Trump vai redesenhar a ordem do comércio global? Especialistas respondem
Tarifas recíprocas entram em vigor no sábado e impactarão drasticamente commodities e produtos importados. Especialistas alertam que a medida pode pressionar a inflação e agravar as tensões comerciais globais.
Dia da Libertação: Donald Trump anunciou a assinatura de um decreto que impõe tarifas recíprocas a quase todos os países, com o Brasil aplicando uma alíquota mínima de 10%.
As tarifas são lineares, ou seja, iguais para todos os produtos. As maiores taxas serão para os países do Sudeste da Ásia.
Trump declarou: “É nossa declaração de independência financeira” e que as tarifas entram em vigor no dia 5 para a alíquota de 10%, e no dia 9 para as taxas superiores.
As tarifas de 25% sobre automóveis importados começam hoje. As alíquotas variam: China enfrentará 54%; Japão e Índia terão 24% e 26%, respectivamente.
Só Canadá e México estão isentos para produtos dentro do acordo de livre comércio.
Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, alertou que isso pode elevar os preços nos EUA e que o tariff shutdown afetará países produtores, como Vietnã e Camboja, com alíquotas de 46% e 49%.
Lia Valls, da FGV, comentou que o modelo linear é incomum e pode prejudicar a economia global ao gerar incertezas.
Trump acredita que as tarifas estimularão a indústria americana e disse que diversas empresas, como Apple e Nissan, já estão retornando ao país devido ao novo cenário tarifário.
A Federação Nacional do Varejo adverte que as tarifas são um imposto que será repassado ao consumidor, elevando a inflação.
Críticas globais surgiram: o premier australiano, Anthony Albanese, afirmou que as tarifas “não são algo que um amigo faça”, mas que não retaliará.
Trump reafirmou que os EUA se preocupam com os países do mundo e busca uma integração comercial equilibrada.
No Congresso, senadores republicanos propuseram renovar cortes de impostos que somam US$ 4 trilhões.