Tarifaço deve apoiar deflação e incentivar flexibilização monetária na China, diz ING
Relatório do ING indica que as tarifas de Trump podem intensificar a deflação na China e levar o Banco Popular da China a adotar uma política monetária mais flexível. Economistas destacam que a reorientação de produtos destinados aos EUA agravará a sobrecapacidade e os desafios econômicos do país.
A política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, pode exercer uma pressão deflacionária na China, levando o banco central do país, o PBoC, a flexibilizar a política monetária em 2023, segundo relatório do ING.
O ING destaca que as alíquotas para produtos chineses nos EUA podem alcançar 54%, aproximando-se do cenário de pior caso mencionado por Trump durante sua campanha, conforme análise do economista-chefe para a China Expandida, Lynn Song.
Nessa perspectiva, produtos destinados aos EUA poderão ser redirecionados para outros mercados ou para a demanda interna, o que pode agravar o processo deflacionário já em curso na China.
Song observa que as barreiras tarifárias provavelmente exacerbarão problemas de sobrecapacidade e, diante da pressão deflacionária, o PBoC pode ser levado a flexibilizar a política monetária pela primeira vez neste ano.
Além disso, o ING prevê uma resposta mais forte da China em resposta à taxação elevada imposta pelos EUA.