Tarifaço dos EUA é 'agressão' ao Brasil e interferência mais profunda desde a Guerra Fria, diz The Economist
Revista aponta que as sanções dos EUA ao Brasil representam uma interferência sem precedentes na América Latina. Reportagem destaca a queda de apoio a Trump e aumento da aprovação de Lula após as medidas.
A revista "The Economist" publica reportagem afirmando que as medidas do governo dos EUA ao Brasil são uma agressão "chocante".
As sanções incluem:
- Tarifas de 50% em produtos brasileiros;
- Investigação das práticas comerciais do Brasil;
- Suspensão de vistos para oito ministros do STF.
A reportagem destaca: "Raramente, desde a Guerra Fria, os EUA interferiram tão profundamente em um país latino-americano".
Em 9 de julho, o presidente Donald Trump anunciou a sobretaxa, justificando-a com questões tarifárias e sua contrariedade às decisões do STF sobre plataformas digitais e o processo contra Jair Bolsonaro.
O governo brasileiro considera as medidas uma afronta à soberania e uma chantagem para forçar a anistia de Bolsonaro.
A "The Economist" reconhece que algumas queixas dos EUA são legítimas, mas questiona a real preocupação de Trump, chamando a economia brasileira de uma das mais fechadas do mundo.
A reação de Trump foi provocada pela cúpula do Brics no Rio de Janeiro, onde o grupo propôs um sistema de pagamento transfronteiriço, levando à ameaça de tarifas.
A atuação de Trump, segundo a publicação, está "saindo pela culatra" e beneficiando Lula, que viu seu índice de aprovação subir.
O possível impacto das tarifas deve afetar empresas em redutos eleitorais de Bolsonaro e desagradou os brasileiros a investigação contra o Pix.