Tarifaço eleva temor de superávit comercial ainda menor em 2025

Tarifas americanas impactam balança comercial brasileira em 2025

As tarifas de importação mais pesadas dos EUA sobre o Brasil, em vigor desde 7 de agosto, podem agravar o saldo comercial brasileiro já enxugado por commodities a preços baixos e importações elevadas.

Economistas projetam um suporte modesto para o setor externo em relação aos últimos dois anos, com uma expectativa de superávit de US$ 50,4 bilhões em 2025, abaixo de estimativas anteriores. A AEB indica superávit de US$ 49 bilhões, enquanto a XP projeta US$ 52,3 bilhões.

As tarifas, que incluem 10% e 50% sobre produtos importados do Brasil, foram atribuídas pelo ex-presidente Trump a um conflito judicial envolvendo Jair Bolsonaro. Enquanto cerca de 700 itens têm exceções, a Secex revisa suas projeções trimestralmente.

O superávit estimado caiu de US$ 93 bilhões no início do ano para US$ 64 bilhões atualmente, com a AEB prevendo impacto de até US$ 4 bilhões a menos devido ao tarifaço em 2025.

A Tendências reduziu sua previsão de superávit de US$ 72,7 bilhões para US$ 67,4 bilhões, destacando a resiliência das importações e a desaceleração do crescimento econômico. O déficit nas transações correntes pode chegar a 3% do PIB.

Dados mostram que, de janeiro a julho, o Brasil teve um déficit de US$ 2,26 bilhões com os EUA, enquanto a China ainda gera superávit significativo.

Projeções de superávit foram revistas por diversas instituições, refletindo um crescimento das importações e queda nos preços de commodities como soja, petróleo e minério de ferro.

A situação atual levanta preocupações sobre as contas externas e a taxa de câmbio, refletindo uma economia aquecida, mas também demandante de produtos externos.