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Tarifaço: fatia dos EUA nas exportações brasileiras deve recuar para 9% em 2026, aponta estudo

A participação dos EUA nas exportações brasileiras deve cair para 9% em 2026, refletindo o impacto das tarifas de Donald Trump. Mesmo com a retração, a balança comercial permanece favorável, mas o déficit com os americanos deve aumentar substancialmente.

A participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras deve cair para 9% em 2026, um recuo de três pontos porcentuais em relação a 2024 (12%).

Essa previsão é de um estudo da consultoria MacroSector em parceria com a Volt Partners, que analisa o impacto do tarifaço de Donald Trump, que impôs alíquotas de 50% aos produtos brasileiros.

Para 2023, a expectativa é que a participação dos EUA nas vendas externas brasileiras fique em 10%, com um semestre normalizado seguido por um segundo semestre impactado pelas novas tarifas.

O economista Fabio Silveira afirmou que o impacto na balança comercial será reduzido, citando a avaliação positiva dos investidores e a queda do dólar, que está cotado a R$ 5,50.

O estudo aponta uma piora no saldo da balança comercial entre Brasil e EUA: o déficit de US$ 300 milhões em 2024 deve subir para US$ 4 bilhões em 2023 e US$ 7 bilhões em 2024.

Os setores mais afetados incluem:

  • Máquinas e equipamentos: vendas estimadas caindo de US$ 5,1 bilhões em 2024 para US$ 1,7 bilhão em 2026.
  • Carne bovina: exportações projetadas de US$ 900 milhões para US$ 400 milhões até 2026.
  • Café: de US$ 1,9 bilhão em 2024 para US$ 900 milhões em 2026.

Apesar da redução nas exportações totais do Brasil, que devem cair de US$ 337 bilhões em 2024 para US$ 311 bilhões em 2026, o saldo comercial permanecerá favorável.

Projeções indicam superávit de US$ 58 bilhões em 2023 e US$ 55 bilhões em 2024. Silveira acredita que a redução da fatia dos EUA nas exportações não desorganizará a economia brasileira, visto que essa participação é relativamente pequena.

Pior cenário seria um impacto nas exportações de soja, mas a concentração em commodities permite maior mobilidade na substituição de mercados.

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