Tarifaço: ‘Ingerência’ dos EUA na vida política do Brasil tem a ver com terras raras, diz Haddad
Haddad destaca a importância do marco regulatório para minerais críticos no Brasil e critica a ingerência dos EUA na política nacional. O ministro ressalta que o setor é estratégico para a economia e o desenvolvimento sustentável do país.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, destacou a ingerência dos Estados Unidos na política brasileira, relacionada ao interesse em terras raras e minerais críticos.
Em entrevista, Haddad afirmou que tem abordado com presidente Lula a urgência da aprovação do marco regulatório do setor. Ele enfatizou a comparação entre os minerais críticos do Brasil e dos EUA, ressaltando que o Brasil possui mais de 90% deles.
Os minerais críticos, vitais para tecnologia e energia, incluem lítio, cobalto e níquel, sendo essenciais para baterias e semicondutores.
Haddad mencionou que o marco regulatório é atribuição do Ministério de Minas e Energia e ainda não foi enviado formalmente à Fazenda. A discussão surge em meio à pressão do tarifaço dos EUA, liderado por Donald Trump.
O ministro acredita que a ingerência se relaciona com a busca dos EUA por um governo que favoreça seus interesses na América Latina.
Ele reforçou a importância do marco regulatório para organizar o setor e gerar empregos e inovação.
O governo Lula planeja lançar uma política nacional para atrair investimentos no setor antes da COP-30 em Belém, explorando a emissão de debêntures incentivadas.
Haddad também ressaltou a necessidade de criar empresas nacionais de tecnologia no Brasil, especialmente no processamento de dados, para garantir a soberania nacional.
Sobre as tarifas comerciais dos EUA, o ministro afirmou que o governo atua com firmeza para proteger a economia, mencionando o impacto no consumidor americano, com produtos como carne e café sendo mais caros.
Ele finalizou destacando que, apesar dos desafios, produtos brasileiros permanecem competitivos internacionalmente, com oportunidades em outros mercados.