Tarifaço pode favorecer commodities do Brasil e enfraquecer dólar, preveem analistas do mercado financeiro
Analistas destacam que o Brasil pode se beneficiar do novo tarifaço de Trump, expandindo suas exportações para países afetados pelas tarifas. A expectativa é que o país se torne um fornecedor estratégico no comércio global, especialmente no setor agrícola.
Brasil pode se beneficiar da guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Analistas afirmam que, apesar do impacto no comércio global, o país pode aproveitar a mudança nos fluxos comerciais e aumentar transações com economias afetadas como União Europeia, China, Japão e México.
Bruno Shahini, especialista da Nomad, destaca que "espera-se uma diminuição do comércio dos EUA, levando países atingidos a buscar novos parceiros", beneficiando emergentes como o Brasil.
Entre 2018 e 2020, Trump impôs tarifas sobre produtos chineses e de outros parceiros, resultando em retaliações das economias afetadas. O Departamento de Agricultura dos EUA reportou perdas de mais de US$ 27 bilhões no setor agrícola.
O grande destaque foi o Brasil, que se tornou o principal fornecedor de soja para a China, absorvendo perdas significativas dos EUA.
Com o novo tarifaço, Trump impôs tarifas de 10% para o Brasil. Enquanto isso, analisadoras do Itaú percebem um espaço limitado para aumentar exportações para a China.
O Brasil também busca diversificar suas exportações, principalmente com a União Europeia a partir de um potencial acordo com o Mercosul.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou confiança de que o Brasil pode transformar o tarifaço em uma oportunidade. Contudo, a Moody’s alertou que a guerra pode afetar economias emergentes, com o Brasil melhor posicionado para atrair investimentos.
Atualmente, o dólar apresenta queda de quase 8% em relação ao real, e a bolsa brasileira, Ibovespa, acumula alta de quase 9% no ano, sinalizando confiança dos investidores.