Tarifaço põe em risco investimento dos EUA no Brasil, diz economista
Economista alerta que tarifas adicionais dos EUA podem causar déficits nas contas externas brasileiras. Ele destaca a importância dos investimentos norte-americanos, que somam US$ 280,4 bilhões em 2023.
Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, alerta que a aplicação de empresas dos EUA no Brasil é significativa e que o atual tarifaço pode "criar um problema" para as contas externas do país.
Em entrevista ao Poder360, ele afirmou que a preocupação maior são os investimentos externos com fluxo substancial de empresas norte-americanas. O impacto financeiro pode chegar a “dezenas de bilhões de dólares”.
Dados do Banco Central mostram que o Investimento Direto no País (IDP) atingiu US$ 1,3 trilhão no final de 2023, um aumento de US$ 258,8 bilhões em relação a 2022.
Somente os EUA representaram US$ 280,4 bilhões nesse investimento em 2023. A atividade econômica brasileira poderá perder entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões ao ano, mesmo após a isenção de tarifas em quase 700 produtos.
Na quarta-feira (13.ago.2025), o presidente Lula assinou a medida provisória Brasil Soberano, liberando R$ 30 bilhões para exportadores brasileiros, sem definição dos juros a serem cobrados.
A MP também inclui R$ 9,5 bilhões fora da meta fiscal, alinhando-se às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o resultado primário.
Barros ainda comenta sobre a defesa de Lula por uma moeda alternativa ao dólar nas negociações do Brics, afirmando que isso influenciou na soberania tarifária dos EUA sobre produtos brasileiros.
Ele credita a posição do Brasil em um "conflito econômico" com os EUA a essa busca por diversidade nas transações comerciais, mesmo sem estar sob sanções ou conflitos geopolíticos.
Barros destaca que Lula "instigou" uma reação da economia americana durante sua participação no Brics, provocando reações do governo dos Estados Unidos.