Tarifas de 50% têm pouco efeito no mercado de petróleo, mas podem mudar comércio entre Brasil e EUA
Governo brasileiro avalia possíveis retaliações comerciais em resposta à tarifação de 50% imposta por Trump. Especialistas acreditam que o impacto financeiro poderá ser mitigado pela redistribuição das exportações para outros mercados.
Governo brasileiro estuda retaliações após Trump anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto.
Especialistas alertam que, se as tarifas forem aplicadas, o setor de óleo e gás buscará novos parceiros para escoar sua produção. Expectativa é de que os EUA mantenham isenção de taxas para combustíveis minerais brasileiros.
A tarifa de 50% é a mais alta entre as novas medidas adotadas por Trump. Para evitar aumentos de preços, negociadores têm até o fim do mês para um acordo.
Exportações em risco: O setor de óleo e gás é o maior exportador ao EUA, representando 18,8% das exportações brasileiras. Entre os produtos, destacam-se:
- Óleos brutos de petróleo — US$ 2,37 bilhões
- Produtos semimanufaturados de ferro ou aço — US$ 1,49 bilhão
- Café não torrado — US$ 1,16 bilhão
Apesar do volume significativo, analistas acreditam que o impacto das tarifas será limitado, com possibilidade de redirecionamento do comércio.
Possíveis retaliações: O governo brasileiro pode acionar a Lei da Reciprocidade Econômica, afetando importadores de produtos dos EUA, com principal preocupação no setor de diesel, que depende de importações.
Empresas como Petrobras e Cosan podem ser afetadas, com receitas para exportações representando:
- Cosan — 6%
- Petrobras — 4%
Expectativas futuras: Apesar das incertezas, o impacto no médio e longo prazo deve ser monitorado, e o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás pediu diálogo entre os países para garantir a estabilidade comercial.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) ainda não se manifestou sobre as consequências das tarifas nas exportações brasileiras.