Tarifas de Trump derrubam o real em escalada de disputa com governo brasileiro
Aumento drástico nas tarifas promete impactar a economia brasileira, levando à desvalorização do real e queda nas ações de empresas locais. Brasil reage e Lula critica Trump por interferência nos assuntos internos do país.
A ameaça de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros provocou a queda do real em até 2,9% em relação ao dólar.
Trump justificou a alteração como resposta a ataques do Brasil às eleições livres e aos direitos de expressão nos EUA, em uma carta publicada em suas redes sociais. O ETF iShares MSCI Brazil também recuou 1,9% no after market.
O Brasil enfrentava uma alíquota mínima de 10% a partir de tarifas “recíprocas” anunciadas anteriormente por Trump. A nova tarifa, se imposta, poderia afetar severamente indústrias brasileiras, especialmente em setores como aeronáutico, transporte e equipamentos de engenharia.
O CEO da Morada Capital, Felipe Arslan, destacou que a Embraer viu suas ações caírem 9% após o anúncio.
Trump classificou o Brasil como um país que “não tem sido bom para nós” e mencionou que sua decisão se baseou em “fatos substanciais e no histórico anterior”. O anúncio coincide com diretrizes de tarifas adicionais a países do bloco BRICS, que inclui a Índia, China e Rússia.
No entanto, Luiz Inácio Lula da Silva respondeu chamando Trump de “irresponsável” por suas ameaças tarifárias, instando os líderes mundiais a diversificar o comércio internacional fora do dólar.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou o representante dos EUA para discutir as declarações de Trump sobre Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil. Antes do anúncio, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que qualquer aumento de tarifas seria “injusto” e prejudicial à economia dos EUA.
O Brasil opera com um déficit comercial em relação aos EUA, algo que o torna alvo das tarifas. Em 2024, importou US$ 44 bilhões em produtos americanos e exportou US$ 42 bilhões.