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Tarifas de Trump e acordo UE-Mercosul não têm nada a ver, diz embaixador da França

Embaixador francês destaca que tarifas de Trump não alterarão resistência ao acordo UE-Mercosul. Ele ressalta a necessidade de cláusulas ambientais mais robustas para avançar nas negociações.

Embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, afirmou nesta quinta-feira (3) que as tarifas impostas por Donald Trump não reduzirão as resistências francesas ao acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

Segundo Lenain, o impacto das tarifas sobre produtos europeus é maior que os potenciais ganhos do acordo. Ele destacou que, apesar do desenvolvimento nas trocas comerciais, os valores não se igualam.

A principal preocupação do embaixador é que as cadeias de valor entre a Europa e o Mercosul são completamente diferentes das que envolvem a Europa e os Estados Unidos. Ele classificou as movimentações de Trump como um cataclismo na economia mundial.

As declarações foram feitas em um encontro com jornalistas em São Paulo, como resposta a um aumento de >tarifas de 20% sobre produtos europeus e 25% sobre aço, alumínio e automóveis, anunciadas no dia 2 de outubro.

A UE exportou U$ 606 bilhões para os EUA em 2024, com um impacto estimado de U$ 121 bilhões nas negociações. Em comparação, o acordo com o Mercosul poderia aumentar as exportações da UE em 25 bilhões de euros até 2035.

Lenain ressaltou que a França é o país menos afetado na Europa, com um impacto potencial de 1,5% do PIB francês, comparado a 3% na Itália e 4% na Alemanha.

O embaixador destacou que as cláusulas ambientais no acordo não são suficientes para atender às exigências da opinião pública francesa. Ele mencionou que as negociações, que duram 20 anos, foram feitas em um contexto que não considerava adequadamente as normas ambientais.

Embora o acordo tenha sido aprovado no final do ano passado no Uruguai, ele ainda precisa ser aprovado pelo conselho da União Europeia, composto pelos chefes de estado dos 27 países do bloco.

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