Tarifas de Trump podem afastar investimentos estrangeiros em países como Brasil
O aumento do protecionismo dos EUA pode reduzir os investimentos estrangeiros diretos no Brasil, afetando seu crescimento econômico. Economistas alertam que, embora os danos possam ser limitados, um cenário de tensões comerciais prolongadas representa riscos para os fluxos de capital no país.
A onda de protecionismo provocada pelas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, traz riscos aos investimentos estrangeiros diretos (IED) em países emergentes, especialmente no Brasil, que enfrenta uma taxa de 50%, a maior até agora.
Desde a Grande Crise Financeira Global, nações ricas aumentaram suas políticas protecionistas, com restrições de 8% ao ano de 2009 a 2023, segundo o Banco Internacional de Compensações (BIS). O impacto passou de 5% para 62% dos produtos.
O BIS alerta que o aumento do protecionismo reduz a entrada de IED, afetando o potencial de crescimento de economias emergentes. As tarifas a países como o Brasil podem diminuir o crescimento do PIB em até 0,4 ponto percentual, embora a relevância dos EUA no comércio brasileiro seja inferior a 2% do PIB.
O Brasil recebeu mais de US$ 30 bilhões em IED até maio, uma queda de quase 1,90% em comparação ao ano anterior. O Banco Central espera uma entrada de US$ 70 bilhões em 2025, abaixo dos US$ 71 bilhões do ano passado.
As empresas não planejam uma mudança significativa para reshoring, mas podem adotar nearshoring e friendshoring, beneficiando países próximos, como México e Índia.
O ex-presidente do Federal Reserve, William Dudley, afirma que é cedo para prever o impacto final das tarifas, mas sinaliza que as empresas estão buscando diversificação para maior flexibilidade.