HOME FEEDBACK

Tarifas de Trump são choque maior para a China do que 1ª guerra comercial

Aumento das tarifas dos EUA coloca em risco o crescimento econômico da China, que já enfrenta desafios para atingir sua meta de 5%. Economistas projetam uma desaceleração significativa no PIB chinês devido ao impacto das novas medidas protecionistas.

A recente elevação das tarifas dos EUA ameaça ter um impacto ainda maior na economia chinesa do que a primeira guerra comercial.

Tarifas de 54% sobre produtos chineses, implementadas no segundo mandato de Donald Trump, podem reduzir o PIB chinês em até 2,4 pontos percentuais em 2025, segundo o Citigroup.

Economistas de diversas instituições, como Goldman Sachs e BNP Paribas, preveem uma queda de 1 a 2 pontos percentuais no PIB. Pequim anunciou uma meta de crescimento de 5% para este ano.

De acordo com o Morgan Stanley, o impacto das tarifas será mais amplo que em 2018-2019, desacelerando o comércio global. O banco central chinês pode implementar novos estímulos, como investimentos trilionários em gastos governamentais.

As autoridades já anunciaram uma tarifa retaliatória de 34% e a possibilidade de emitir mais 1 a 2 trilhões de yuans em títulos especiais. O governo planeja emitir 1,3 trilhão de yuans para subsidiar compras de bens de consumo.

Goldman Sachs estima que seriam necessários cerca de 2 trilhões de yuans em gastos fiscais para mitigar o impacto das tarifas, com recursos provenientes de lucros de empresas estatais.

A nova taxa de 34% sobre produtos chineses entra em vigor dia 5 de abril, somando-se a uma tarifa anterior de 20%, totalizando 54% para os produtos chineses.

Embora a China esteja em recuperação econômica, os novos anúncios tarifários podem comprometer a meta de crescimento, necessitando de novos estímulos econômicos.

Os economistas da Bloomberg Economics alertam que as tarifas vão reduzir a demanda pelos produtos chineses e enfraquecer a economia global, podendo provocar retaliações comerciais que diminuam ainda mais a demanda.

O Citigroup prevê que os efeitos das tarifas começam a ser sentidos a partir do segundo trimestre de 2025, com um risco de queda de 0,5 a 1 ponto percentual na projeção do PIB chinês de 4,7%.

Leia mais em o-globo