Tarifas de Trump são 'megalomaníacas' e não afetam tanto quanto ele espera o Brasil, diz Nobel de Economia
Krugman critica as tarifas de Donald Trump como uma jogada política para proteger aliados autoritários. O economista destaca o impacto limitado dessa medida sobre a economia brasileira e a falta de justificativas econômicas para a ação.
Paul Krugman, economista americano e vencedor do Nobel de Economia, criticou as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre as exportações brasileiras, a partir de 1° de agosto.
Em uma carta a Luiz Inácio Lula da Silva, Trump descreveu as tarifas como um "programa de proteção a ditadores". Krugman afirma que a ação representa um "novo rumo" nas políticas tarifárias, considerando-as demoníacas e megalomaníacas.
Segundo Krugman, Trump não possui uma justificativa econômica para suas ações, mas sim busca punir o Brasil por processar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na carta, Trump expressa seu respeito por Bolsonaro e critica o tratamento dado ao ex-presidente no Brasil, chamando a situação de uma caça às bruxas que deve terminar.
Krugman destaca que esta não é a primeira vez que os EUA usam tarifas para fins políticos e observa que as tarifas atuais refletem uma falta de compromisso com os princípios de democracia e paz estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial.
O economista utiliza dados da Organização do Comércio (OMC) para argumentar que as tarifas são megalomaníacas, já que as exportações para os EUA representam menos de 2% do PIB do Brasil. Ele questiona se Trump realmente acredita que pode intimidar o Brasil desta forma.
Krugman conclui que tal atitude exigiria um impeachment, caso os EUA ainda tivessem uma democracia funcional, e alerta para o perigo representado por essa decisão.