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Tarifas de Trump sobre cobre podem fortalecer domínio da China, alertam executivos

Executivos do setor ponderam que tarifas de 50% sobre importações de cobre podem não impulsionar a construção de fundições nos EUA. Em vez disso, a medida pode reforçar a liderança da China na indústria de fundição de metais.

Tarifas de Donald Trump sobre o cobre correm o risco de reforçar o domínio da China na fundição de metais, em vez de incentivar o processamento nos Estados Unidos, alertam executivos da mineração.

A taxa de 50% sobre certas importações de cobre visa desenvolver a indústria nacional e reduzir a dependência da China em minerais críticos.

Executivos afirmam que tarifas não são suficientes para incentivar novas fundições nos EUA, onde apenas duas estão em operação, enquanto a China possui dezenas.

Duncan Wanblad, CEO da Anglo American, destacou que o custo para construir fundições nos EUA é "extraordinariamente alto". “Consolidamos um ambiente global muito mais inflacionário”, afirmou.

Andrew Forrest, presidente da Fortescue Metals Group, argumenta que as tarifas vão "impedir o crescimento da manufatura na América do Norte". Ele disse que "tarifas são autossabotagem."

Os EUA não têm capacidade de fundição suficiente para refinar todo o cobre que consomem. A Casa Branca anunciou a tarifa em 30 de julho, excluindo o cobre refinado, o que surpreendeu os mercados.

Em 2023, a China respondeu por mais de 50% da produção mundial de fundição de cobre.

A ordem executiva de Trump justifica tarifas como resposta a "fechamentos de instalações domésticas" e "práticas comerciais desleais". No entanto, Kathleen Quirk, da Freeport McMoran, enfatiza que não é garantido o aumento rápido na capacidade de cobre refinado.

A Norsk Hydro também expressou preocupações, afirmando que novos investimentos em fundições "não podem ser feitos apenas com base em tarifas".

A capacidade de fundição de cobre na China cresce, enquanto em outros países diminui. Alguns enfrentam dificuldades, como a fundição Pasar, que fechou devido à competição chinesa.

Erik Heimlich, do CRU, afirmou que a capacidade chinesa continuará a crescer, enquanto o restante pode diminuir.

Para criar um setor de cobre autossustentável, o governo precisa acelerar licenças e incentivar a construção de fundições, além de proibir a exportação de sucata de cobre.

O governo dos EUA exigirá que um quarto da sucata de cobre de alta qualidade seja vendida internamente. Daniel Hynes, do ANZ, alerta que os obstáculos atuais facilitarão o domínio chinês no futuro.

Os EUA precisariam de "duas ou três fundições de bom porte" em operação para se tornarem mais autossuficientes em cobre, mas "não há nada no horizonte".

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