Tarifas dos EUA ao Brasil são gesto político, diz “The Economist”
The Economist analisa que as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil são mais uma retaliação política do que uma ameaça econômica real. A revista sugere que o impacto das medidas será moderado, dado o baixo nível de dependência do Brasil em relação ao mercado norte-americano.
A revista britânica The Economist avaliou que as tarifas dos EUA ao Brasil são mais uma ameaça simbólica do que um prejuízo econômico real. Publicada em 8 de agosto de 2025, a reportagem destacou que apenas 13% das exportações brasileiras estão vulneráveis às tarifas norte-americanas.
A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, implementada em 6 de agosto, é considerada uma retaliação política relacionada à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por suposta tentativa de golpe.
Cerca de 700 produtos brasileiros, como aviões e petróleo, foram isentos. No entanto, setores como café e carne continuam sujeitos à taxa de 50%. A Economist ressalta que outros países também enfrentam barreiras comerciais por motivos políticos.
O impacto econômico no Brasil deve ser moderado, pois a exportação em relação ao PIB é proporcionalmente baixa. A dependência do mercado norte-americano caiu de 25% há duas décadas para apenas 13% atualmente, enquanto a participação da China aumentou para 28%.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu firmemente, declarando que o Brasil não será tutelado. Ele adotou uma estratégia diplomática que ajudou a garantir isenções. Segundo a publicação, os danos ao Brasil devem ser limitados.
Entretanto, a Economist alertou para os perigos nas próximas decisões de Lula, como a consulta a integrantes do Brics sobre uma resposta às tarifas, o que pode aumentar tensões comerciais. Trump já classificou o Brics como antiamericano e ameaçou tarifas adicionais durante a cúpula realizada no Rio de Janeiro.