Tarifas dos EUA escancaram a urgência da autonomia energética
Imposição de tarifas pelos EUA revela a dependência do Brasil em relação a recursos energéticos estrangeiros. Investir em biogás se apresenta como uma solução viável para fortalecer a soberania energética do país.
Tarifas de importação dos EUA expõem vulnerabilidades energéticas do Brasil
As recentes tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos revelam a forte dependência externa do Brasil para seu abastecimento energético. Essa situação traz riscos à segurança energética do país, que pode ser afetada por flutuações de preços internacionais e decisões políticas externas.
Em 2024, o Brasil importou 2,4 bilhões de litros de óleo diesel e 2,7 bilhões de m³ de GNL dos EUA. Caso o Brasil responda com uma tarifa de 50%, isso pode resultar em aumento de preços e pressão inflacionária, especialmente em setores sensíveis, como combustíveis.
Ainda não temos controle total sobre nossa política de combustíveis. A lógica da paridade de importação da Petrobras nos torna vulneráveis a choques externos. Além disso, as recentes sanções dos EUA contra compradores de petróleo russo aumentam a incerteza e podem causar novos desafios ao país.
Uma solução viável é o biogás e o biometano. O Brasil tem um dos maiores potenciais mundiais para gerar essa energia a partir de resíduos orgânicos, com uma capacidade mapeada de 34,5 milhões de m³ de biometano por dia, suficiente para substituir as importações de diesel e gás.
Investir no biogás é um passo em direção à soberania energética. Essa energia limpa não só reduz a dependência de insumos estrangeiros, mas também gera empregos e estimula a economia circular.
Para isso, é necessário um avanço na infraestrutura e incentivos à demanda. O financiamento da infraestrutura pelo Fundo do Clima é um passo importante, mas é vital que haja uma atuação integrada entre os níveis de governo.
O Brasil deve liderar uma revolução verde e não ser refém de decisões externas. Com vontade política e investimentos, podemos transformar esta vulnerabilidade em uma potência estratégica para o nosso futuro.