Tarifas dos EUA levantam dúvidas sobre futuro industrial do Vietnã
Empresas vietnamitas enfrentam incertezas após acordo comercial com os EUA, que pode impactar negativamente o setor produtivo. Cláusula sobre insumos chineses gera preocupação sobre tarifas elevadas e possíveis efeitos na competitividade do país.
Vietnã fecha acordo comercial com os EUA para evitar novas tarifas de Donald Trump, inicialmente ameaçado com alíquota de 46%, reduzida para 20%.
Os termos do acordo ainda não foram revelados oficialmente, gerando incertezas no setor produtivo. A principal preocupação é uma cláusula dos EUA que ameaça uma taxa de 40% sobre bens classificados como "transbordo", impactando produtos que utilizam insumos chineses.
Fabricantes como a Thanh Cong Garment relatam queda de 15% a 20% nos pedidos de clientes americanos devido a essa incerteza. O presidente da empresa, Tran Nhu Tung, alerta que 70% dos insumos da cadeia têxtil vêm da China.
A interpretação da cláusula pode afetar até mesmo produtos fabricados no Vietnã, prejudicando sua competitividade global.
Outro ponto crítico é o efeito inflacionário da tarifa de 20%, que pode ser repassado ao consumidor americano, reduzindo a demanda.
O Vietnã, com relações exportação/PIB de 90%% e superávit comercial de US$ 123,5 bilhões com os EUA, tem muito a perder. Apesar disso, o fluxo de investimento estrangeiro subiu quase um terço no primeiro semestre, totalizando US$ 21,5 bilhões.
O sucesso do acordo dependerá da comparação das tarifas do Vietnã com as de outros vizinhos até 1º de agosto. A dúvida se Hanói garantiu condições vantajosas ou cedeu demais permanece.