Tarifas recíprocas: por que o dólar está caindo e a bolsa brasileira subindo após o ‘tarifaço’ de Trump
Mercados reagem em queda após mudanças nas tarifas de Trump, enquanto Brasil se beneficia com tarifas menores. A expectativa de recessão nos EUA e a alta da Selic brasileira impactam o câmbio e o cenário financeiro global.
Mercados reagem a anúncios de tarifas de Trump
No dia seguinte às tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, os mercados financeiros globais entraram em queda.
Dólar em baixa: O índice DXY caiu mais de 2%, atingindo a menor cotação desde setembro. No Brasil, o dólar teve uma baixa de 1,80%, cotado a R$ 5,60.
Bolsas em queda: Na Ásia, os mercados fecharam em baixa, com Japão registrando uma queda de quase 3%. Na Europa, as quedas foram em torno de 2%. Nos EUA, as perdas foram ainda mais severas, com o Dow Jones caindo 3,49%, o S&P 500 3,85% e o Nasdaq 4,76%.
A expectativa de uma possível recessão econômica nos EUA está sendo atribuída à decisão de Trump sobre tarifas, que encarecerão produtos importados e elevarão os custos de produção, diminuindo lucros e elevando a inflação.
Ibovespa em alta: Em contraste, o Ibovespa opera em alta, superando os 131 mil pontos, devido às tarifas relativamente baixas de 10% impostas ao Brasil, o que pode beneficiar exportadores brasileiros.
Impactos das tarifas: Especialistas destacam que:
- Inflação aumentada: As tarifas poderão elevar a inflação e reduzir a atividade econômica nos EUA.
- Expectativa de cortes de juros: O Federal Reserve poderá reduzir as taxas de juros para mitigar a desaceleração, o que torna os investimentos nos EUA menos atraentes.
- Competitividade do Brasil: A Selic alta (14,25% ao ano) favorece o real em comparação ao dólar, tornando os títulos brasileiros mais atraentes.
Oportunidades para o Brasil: As tarifas podem abrir novos mercados para produtos brasileiros, já que o Brasil não foi um dos mais prejudicados por essas taxas comparado a outros países, especialmente a China.
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