‘Taxa das blusinhas’ de Trump sobre importações chinesas baratas custará bilhões às big techs
Mudanças nas tarifas de importação afetam varejistas online como Temu e Shein, que agora enfrentam custos elevados. A redução nos gastos com publicidade pode impactar significativamente seu sucesso no mercado americano.
A brecha para remessas de mercadorias aos Estados Unidos sem tarifas, que durou quase uma década, possibilitou o surgimento de empresas como Temu e Shein, que oferecem produtos diretamente de fábricas chinesas a preços baixos.
Esse fenômeno resultou em um aumento significativo nos gastos com publicidade digital, beneficiando plataformas como Meta e Alphabet. Nos últimos dois anos, apenas a Amazon superou o gasto em publicidade de Shein e Temu.
Entretanto, a situação mudou com a eliminação da isenção de impostos sobre mercadorias chinesas com valor inferior a US$ 800 pelo presidente Donald Trump. Agora, essas empresas enfrentam tarifas que podem chegar a 145%.
A Temu já começou a aplicar "taxas de importação", dobrando o custo de alguns produtos. Um porta-voz afirmou que a empresa começou a usar armazéns locais para atender pedidos nos EUA.
As novas tarifas podem impactar negativamente as vendas de produtos a preços acessíveis e a publicidade agressiva das empresas. O slogan “Shop Like a Billionaire” ainda foi utilizado durante o Super Bowl pela Temu.
Os gastos com publicidade de ambas as empresas já começaram a diminuir. De acordo com dados da Sensor Tower, a Temu reduziu seus gastos em 31% e a Shein em 19% nas redes sociais americanas em duas semanas.
Além disso, os anúncios da Temu e da Shein desapareceram praticamente do Google em menos de um mês, o que sinaliza uma diminuição na presença comercial dessas marcas.
Com a queda da publicidade, os aplicativos das empresas também saíram do top 10 de downloads. A Temu contava com cerca de 30 milhões de usuários diários nos EUA.
As mudanças também afetaram a Meta, que observou uma redução nos gastos publicitários de empresas asiáticas, embora os anunciantes da China tenham gerado US$ 18,4 bilhões em receita no ano passado, representando 11% do total.
A Snap e o Google também reconheceram o impacto das tarifas em seus negócios, prevendo desafios futuros devido a essas mudanças.