Taxação de 14% sobre quem ganha R$ 50 mil por mês pode elevar arrecadação em R$ 145 bi, indica estudo
Estudo do Ipea propõe nova taxação sobre altas rendas para aumentar arrecadação e corrigir regressividade tributária. A sugestão de alíquota mínima de 14% visa tornar o sistema mais justo e elevar a carga tributária sobre os mais ricos.
Taxação Mínima de 14%
Uma proposta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sugere a implementação de uma taxa mínima de 14% sobre brasileiros que ganham mais de R$ 50 mil mensais, podendo gerar uma arrecadação de até R$ 145,6 bilhões.
A medida visa combater a regressividade do sistema tributário e garantir que os 2% mais ricos paguem proporcionalmente o mesmo que os contribuintes de menor renda.
Lacunas no Projeto de Isenção de IR
O estudo critica o projeto de lei (PL 1087/2025) que isenta do pagamento de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, ressaltando que, mesmo com essa isenção, os mais altos rendimentos ainda podem pagar pouco imposto devido a fontes isentas.
Tributação de Dividendos
Outra crítica é a previsão de taxação de 10% sobre dividendos superiores a R$ 50 mil mensais, que poderia permitir manobras para escapar da cobrança.
Propostas para Aumentar a Arrecadação
- Aplicar tabela progressiva sobre todos os dividendos recebidos a partir de várias empresas.
- Impor uma alíquota fixa de 10% sobre todos os dividendos.
Alíquota de 14%
A alíquota de 14% foi definida levando em conta que 14,1% é a maior taxa efetiva registrada em 2022 para quem ganha R$ 16 mil mensais.
Propostas para Evitar Fuga de Capital
O estudo recomenda:
- Uso de acordos multilaterais para troca de informações fiscais.
- Aplicação de imposto extra para aqueles que mudarem de país para escapar da tributação.
Ajustes nas Deduzidas Fiscais
O Ipea sugere limitações nas deduções para despesas médicas e recomenda um crédito fixo ou baseado na idade para todos os contribuintes.
Além disso, propõe a harmonização da tributação em 15% para imóveis e incentivos para pequenos investidores.