Taxas de títulos do Tesouro Direto caem após atingirem retornos recordes
A queda nas taxas de títulos públicos reflete um ambiente econômico em transformação, com investidores buscando segurança em meio a incertezas. Apesar da redução, os retornos continuam atraentes, especialmente nos papéis indexados ao IPCA e prefixados.
A montanha-russa das taxas dos títulos públicos no Tesouro Direto perdeu impulso em 2025.
A trajetória de queda observada em julho contrasta com os retornos recordes do início do ano, como os 8% de juro real do Tesouro IPCA+ 2029. Atualmente, a taxa está em 7,80%.
Nos meses de alta, havia a expectativa de que o ciclo de juros básicos ainda não havia chegado ao ápice. Os títulos prefixados atingiram, em julho, uma taxa de 13% ao ano.
A percepção de risco fez com que investidores buscassem retornos maiores. Os títulos indexados ao IPCA também se tornaram mais atrativos devido à alta inflação, priorizando a proteção do poder de compra.
A modalidade Tesouro IPCA+ passou a ser a mais comprada pelos investidores. No entanto, ao avançar o primeiro trimestre, a combinação de dados econômicos favoráveis e a sinalização de cortes nas taxas pelo Banco Central alterou o humor do mercado.
Os prefixados começaram a recuar, enquanto os vinculados à inflação mantiveram firmeza. Luis Felipe Vital, da Warren Investimentos, afirma que os investidores que mantiveram seus títulos até o vencimento tendem a alcançar a remuneração prometida.
A terceira fase do primeiro semestre mostrou uma consolidação desse novo cenário, com taxas que não voltaram aos níveis baixos de antes, mas revelaram uma clara desaceleração na alta dos juros reais.
É importante lembrar que as taxas e preços dos títulos têm uma relação inversa: quando as taxas subem, o valor de mercado dos papéis diminui, implicando em perdas temporárias para quem já possui os títulos.