Taxas dos DIs cedem após IPCA-15 abaixo da expectativa disparar redução de prêmios
Taxas dos DIs caem impulsionadas por dados do IPCA-15 abaixo do esperado e incertezas sobre impacto do crédito consignado. Mercado avalia possíveis efeitos da nova política monetária do Banco Central em meio a divergências nas expectativas para a Selic.
Taxas dos DIs fecham em baixa nesta quinta-feira, com queda de mais de 10 pontos-base em alguns vencimentos, impulsionadas por dados favoráveis do IPCA-15, que apresentou avanço de 0,64% em março, abaixo da expectativa de 0,70%.
Taxas para janeiro de 2026 ficaram em 15,055%, e para janeiro de 2027 em 14,98%. Dentre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 foi a 14,93% e para janeiro de 2033, a 14,94%.
A abertura do IPCA-15 mostrou núcleos de inflação a 0,47% e índice de difusão a 61,0%, ambos abaixo das expectativas do mercado. Segundo Flavio Serrano, do Bmg, isso sinaliza uma possível desaceleração da inflação.
O programa de crédito consignado do governo havia trazido pressão nas taxas, mas a dúvida sobre seu real impacto no consumo levou os investidores a reduzir prêmios.
O governo estima que 19 milhões de empregados possam optar pelo consignado, gerando R$120 bilhões em novos empréstimos. Contudo, há a expectativa de que muitos apenas troquem dívidas existentes por créditos consignados.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pediu cautela sobre o impacto do consignado, afirmando que a instituição ainda não ajustou seus cenários de política monetária para incorporar esses novos dados.
Expectativas sobre a Selic permanecem divisivas, com crescente especulação de um aumento de 75 pontos-base na próxima reunião do Copom. A Selic atual é de 14,25%.
O recuo das taxas dos DIs no Brasil contrastou com a alta dos rendimentos dos Treasuries nos EUA, que subiram 3 pontos-base, atingindo 4,371%.