TCU mostra 99% de sigilo no cartão corporativo da Presidência
TCU critica falta de transparência em gastos com cartão corporativo da Presidência da República. Corte exige plano de ação em 30 dias para corrigir falhas e cumprir determinações legais.
TCU aponta falhas na transparência dos gastos da Presidência com o CPGF (Cartão de Pagamento do Governo Federal).
Em relatório aprovado em 16.jul.2025, constatou-se que mais de 99% das despesas de 2023 foram classificadas como sigilosas.
Gastos reservados totalizaram R$ 55,2 milhões de um total de R$ 55,5 milhões entre janeiro de 2023 e abril de 2025, evidenciando o maior nível de opacidade até agora.
Além disso, mesmo as despesas não sigilosas carecem de detalhamento, dificultando a verificação do que foi adquirido.
Entre as principais falhas estão:
- 92% dos R$ 393,9 mil gastos na Vice-Presidência foram classificados como reservados.
- Desde 2020, o uso do sigilo se tornou padrão; em 2023, 99,6% das despesas foram confidenciais.
- Em 2024, 99,28% dos gastos mantiveram-se sob sigilo, superior às gestões anteriores.
O TCU destacou que existem tecnologias para automatizar a publicação de notas fiscais, mas há falta de integração entre os sistemas da Presidência e do Portal da Transparência.
Devido à falta de avanços e soluções convincentes, o TCU exigiu que a Presidência e a Vice-Presidência apresentem em 30 dias um plano de ação para corrigir as lacunas na transparência.
A corte criticou o histórico de inércia e postergamento das publicizações, afirmando que as iniciativas atuais não atendem à transparência ativa prevista na Constituição e na Lei de Acesso à Informação.
O ministro Walton Alencar declarou a necessidade urgente de ações específicas para sanar as lacunas identificadas.