Tempo sem luz na capital paulista triplica desde 2021
Percepção da qualidade do fornecimento de energia elétrica em São Paulo cai drasticamente, com aumento significativo do tempo de apagão em várias regiões. Especialistas apontam para a relação entre mudanças climáticas e a necessidade urgente de melhorias na infraestrutura elétrica.
Reviravolta na energia elétrica em SP: Nos últimos 10 anos, a qualidade do fornecimento de energia pela Enel SP piorou significativamente. Após anos de melhorias, o tempo médio sem luz aumentou de 7 horas em 2021 para 22 horas em 2022.
A pesquisa, realizada pela Daimon, utilizou indicadores da Aneel e comparou dados internacionais. O Brasil mede em horas, enquanto outros países utilizam minutos ou segundos.
Entre os 15 locais onde o serviço deteriorou, 9 estão na zona sul de São Paulo. O Jardim São Luís foi o mais afetado, com um aumento para 51 horas sem luz. Outros bairros como Campo Belo e Santo Amaro também apresentaram aumentos significativos.
Em Cotia, o tempo médio no escuro chegou a 64 horas. Anderson Moura, da região de Embu, relatou ficar 7 dias sem energia. Problemas com fiações antigas são frequentemente citados pelos moradores.
O diretor da Daimon, Carlos Barioni, relaciona a piora ao impacto das mudanças climáticas, que intensificaram tempestades na região. O diretor da Aneel, Sandoval Feitosa, afirma que a falta de preparo das empresas e do poder público contribuiu para a crise.
A Enel informou que tem investido R$ 10,4 bilhões nos próximos anos para modernizar a rede elétrica, além de ter contratado 1.200 profissionais entre 2024 e março de 2025.
Na avaliação da Aneel, indicadores de desempenho já mostraram melhora em 2025. A empresa se comprometeu a aumentar o número de podas de árvores para prevenir quedas de energia.
Os principais indicadores de qualidade foram o DEC (Duração Equivalente por Consumidor) e o FEC (Frequência Equivalente por Consumidor). A Aneel está avaliando a possibilidade de estabelecer metas considerando os eventos climáticos extremos.