Temu abandona importações chinesas para os EUA após 'taxa das blusinhas'
Temu muda estratégia e opta por vendedores locais nos EUA após novas tarifas sobre produtos chineses. As alterações visam melhorar o serviço ao cliente, mas podem reduzir o volume de negócios da empresa no país.
A Temu interrompeu o envio de itens de baixo custo da China para consumidores americanos, reformulando seu modelo de negócios em resposta à "taxa das blusinhas" da administração Trump.
A partir desta sexta-feira (2), as vendas no marketplace americano da Temu serão realizadas exclusivamente por comerciantes locais, ao invés de vendedores chineses. A empresa está recrutando mais comerciantes nos EUA, mas isso pode levar a uma redução significativa nos negócios.
As alterações ocorrem enquanto os EUA eliminam as regras alfandegárias "de minimis", que isentavam encomendas abaixo de US$ 800 de impostos. Agora, remessas de baixo valor da China e Hong Kong enfrentam uma tarifa de 120% ou uma taxa fixa de US$ 100, aumentando para US$ 200 em junho.
Essas mudanças representam desafios para a Temu e a rival Shein, que rely on cheap Chinese goods. A Shein também está considerando mover sua produção dos EUA para fora da China, e sua IPO em Londres pode ser adiada devido a essas mudanças tarifárias.
Analistas apontam que os EUA são o maior mercado para a Temu, subsidiária da PDD Holdings. A empresa declarou que os preços permanecerão inalterados enquanto se adapta ao novo modelo de atendimento local, que visa ajudar comerciantes locais a expandirem seus negócios.
A Temu continuará a importar produtos de vendedores chineses para outros mercados ocidentais. Ambas as empresas são afetadas pela guerra comercial EUA-China, com tarifas de até 145% sobre produtos chineses, enquanto a China responde com tarifas de 125%.
Recentemente, oficiais chineses indicaram que estão avaliando iniciativas de negociação comercial dos EUA, sugerindo que Washington deve reconsiderar as altas tarifas para um engajamento produtivo.