Tensão cresce na Argentina após confrontos violentos na marcha dos aposentados
Confronto entre manifestantes e polícia em Buenos Aires resulta em centenas de detenções e feridos. O protesto, marcado por demandas de aposentados, revela a tensão social na Argentina sob o governo de Javier Milei.
A Argentina enfrenta o aftermath do confronto mais violento entre manifestantes e policiais na era do presidente Javier Milei, que está no cargo há 15 meses.
Mais de 100 manifestantes foram detidos e um fotojornalista se encontra em estado grave após ser ferido durante a manifestação.
O governo atribui a culpa a "grupos de esquerda" e a barra bravas, que se uniram a aposentados em uma marcha por aumento das pensões no Congresso.
Após a manifestação, 114 pessoas foram presas, mas liberadas por um juizado que criticou a repressão e a violação do direito à manifestação.
A ministra da Justiça, Patricia Bullrich, afirmou que os detidos enfrentarão acusações sob a nova Lei Antimáfias, com penas de até 20 anos.
O caso do fotojornalista Pablo Grillo, atingido por gás lacrimogêneo, gerou comoção nacional. A ministra Bullrich chamou Grillo de militante kirchnerista.
O governador da capital, Jorge Macri, relatou 25 feridos entre manifestantes e 20 policiais, além de danos avaliados em 260 milhões de pesos (R$ 1,4 milhão).
Os protestos de aposentados ocorrem semanalmente, intensificados pelo ajuste fiscal do governo Milei, que afeta severamente essa camada da população, levando-os à linha de pobreza.
No último mês, aposentadorias foram de 279 mil pesos (R$ 1.525), somadas a um bônus, totalizando 349 mil pesos (R$ 1.900).
O último episódio de violência semelhante ocorreu em junho, quando a tensão política aumentou com aprovações legislativas controversas de Milei.