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Tensões redobradas com Trump quase não afetam ativos brasileiros, diz FT

Atuais tarifas altas de Trump sobre o Brasil geram tensões políticas, mas mercado mantém resiliência. Especialistas apontam que a economia brasileira é relativamente fechada, limitando os efeitos diretos das sanções.

Tarifas de 50% impostas pelo ex-presidente Donald Trump ao Brasil são das mais altas de sua política comercial. Segundo o Financial Times, ativos brasileiros mostram resiliência e reagem com estabilidade à tensão entre os países.

Motivos das tarifas não estão ligados à política comercial brasileira, mas a pressões políticas. Trump busca que autoridades brasileiras encerrem o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Acusações do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre Trump infringindo a soberania do Brasil causaram pequenas reações nos mercados. O real acumula valorização de quase 13% no ano frente ao dólar e o índice Ibovespa tem alta de 11%.

Para o Financial Times, essa reação moderada reflete a natureza relativamente fechada da economia brasileira. Em 2024, exportações representaram menos de um quinto do PIB do Brasil, com apenas 12% destinadas aos EUA.

Mesmo em um cenário de tarifa de 50%, o impacto no PIB brasileiro seria limitado, estimado entre 0,3 e 0,5 ponto percentual ao longo de três anos segundo analistas da Capital Economics.

O pacote de tarifas de Trump contém exceções significativas: quase 700 produtos brasileiros estão isentos, como petróleo e minério de ferro, significando que cerca de metade das exportações não será afetada. Isso deve suavizar o impacto econômico direto.

Setores, especialmente o agrícola, sentirão os efeitos. Produtos como suco de laranja estão entre as tarifas, enquanto a maioria dos itens agrícolas não foi isentada. Contudo, o Brasil pode redirecionar commodities para outros compradores.

Além disso, países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul trabalham para facilitar comércio entre si em resposta a políticas como as de Trump.

O artigo conclui com uma avaliação para investidores: com o Ibovespa negociando a cerca de oito vezes os lucros futuros, pode ser uma oportunidade de entrada. O FT sugere que a política comercial americana tende a não ter impacto real, pois "Trump sempre amarela".

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