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Ter que cuidar da saúde mental de funcionários é o novo fardo da mulher que empreende

Empreendedoras brasileiras enfrentam desafios crescentes com a nova regulamentação sobre saúde mental, enquanto o governo transfere responsabilidades sem oferecer suporte adequado. A situação ressalta a urgência de políticas públicas que garantam atendimento psicológico acessível e realista.

Ser mulher empreendedora no Brasil é um ato de resistência. Com 32 milhões de mulheres abrindo negócios, 49% são chefes de família, equilibrando prazos, contas e filhos.

Recentemente, o governo impôs a NR1, que obriga empresas a cuidar da saúde mental dos funcionários. O descumprimento resulta em multas, processos e até interdições.

Mas quem cuida da saúde mental das mulheres empreendedoras? Elas já enfrentam sobrecarga e instabilidade econômica.

O Brasil está em quarto lugar no mundo em depressão, com 301 mil mulheres afastadas do trabalho por problemas psicológicos. Contudo, o ambiente familiar também pode ser prejudicial. A pressão vai além do trabalho, incluindo abuso emocional e preocupações financeiras.

A responsabilidade pela saúde mental foi transferida para os empresários, enquanto políticas públicas efetivas estão ausentes. O que está sendo feito para apoiar as mulheres que já trabalham o dobro e ganham menos?

Embora seja essencial que as empresas promovam um ambiente saudável, muitas empreendedoras são donas de pequenos negócios e não conseguem arcar com os custos exigidos pela norma.

A nova regulamentação pode ser devastadora, levando à diminuição de contratações devido ao medo de responsabilidade jurídica. A solução não é apenas uma carga a mais para os empresários, mas uma questão de saúde pública.

A situação atual é crítica: o Estado não oferece suporte psicológico adequado, resultando em filas de espera enormes para atendimento. A cobrança sobre os empresários é injusta, pois o foco deve ser em opções públicas de apoio psicológico.

No final, uma mulher multifacetada, agora, deve ser também terapeuta. Mas, quem cuida da saúde mental dessas mulheres?

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