Tese de que Ozempic vai afetar da indústria da carne até a aviação divide setores

Os novos remédios para emagrecer, como Ozempic e Mounjaro, estão impactando setores além da saúde, provocando reflexos econômicos em indústrias diversas.

Embora não haja confirmação prática, analistas discutem como o uso desses medicamentos pode influenciar mercado de alimentos, bebidas, roupas e academias.

Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, relatou um aumento na demanda global por proteínas devido à recomendação médica para consumos maiores durante o uso de emagrecedores. A Seara, marca da JBS, está expandindo seu portfólio de produtos proteicos.

A Goldman Sachs revisou suas previsões, estimando que o mercado de medicamentos antiobesidade deve atingir US$ 95 bilhões até 2030, abaixo dos US$ 130 bilhões anteriores.

O setor de alimentos já se adapta: a Nestlé lançou uma linha de produtos ricos em proteína e a Danone observa um aumento no interesse por alimentos saudáveis.

No segmento de bebidas alcoólicas, a demanda pode diminuir, pois estudos indicam que substâncias dos remédios podem reduzir o desejo por álcool. O Sindicerv está monitorando a situação, mas não notou mudanças significativas.

Edgard Corona, da Smart Fit, notou um crescimento nas academias, com 3 a 4 milhões de novos usuários, possivelmente atrelado à necessidade de manter a massa muscular para aqueles que usam os emagrecedores.

Embora se especule sobre possíveis reduções de custo nas companhias aéreas devido à diminuição do peso dos passageiros, a Abear afirma não ter dados que comprovem essa relação.

Quanto ao setor de vestuário, ainda não se observam efeitos na venda de tamanhos menores, mas há um aumento na procura por roupas que proporcionam bem-estar, como o estilo athleisure.