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Tesouro Direto: prefixado ou IPCA+, quem se saiu melhor no semestre?

Os títulos públicos brasileiros encerraram junho com desempenho misto, impulsionados pela estabilidade na Selic, mas os ganhos foram moderados. No semestre, todos os papéis prefixados mostraram valorização, destacando a atratividade da renda fixa em tempos de juros elevados.

Desempenho dos Títulos Públicos em Junho

A questão fiscal foi determinante para o desempenho dos títulos públicos em junho, onde a maioria encerrou o mês no positivo, embora com ganhos não expressivos.

No semestre, todos os papéis prefixados terminaram no azul, com destaque para os de curto prazo, que ganharam quase 10%. Os títulos atrelados à inflação também apresentaram desempenho positivo, com apenas uma queda no período. O Tesouro Selic superou a marca de dois dígitos no acumulado do semestre.

A decisão do Copom de elevar a Selic para 15% ao ano e a expectativa de manutenção dessa taxa aumentaram a atratividade dos ativos nos próximos meses. O coordenador da InvestSmart XP, Rafael Bellas, destaca que, apesar do leve recuo nos juros reais dos títulos mais longos, ainda há ganhos reais significativos.

Balanço do Semestre

Os títulos de médio e longo prazo encerraram o mês com menos pressão. Os títulos vinculados à Selic são indicados para prazos curtos, enquanto os prefixados e IPCA+ são mais adequados para prazos maiores.

Destaques de junho:

  • Títulos prefixados com vencimento em 2032 tiveram alta de 1,85%.
  • Papéis com vencimento em 2028 ganharam 0,99%.
  • Os atrelados à inflação, com vencimento em 2040, se destacaram com rentabilidade de 0,59%.

Opções para Investidores

Investidores que garantiram taxas próximas de 8% em papéis atrelados à inflação têm um horizonte de ganhos mais claro. Para novos investidores, as rentabilidades contratadas serão menores.

O especialista Leonardo Araújo aponta que o ambiente ainda é favorável para novos investimentos em renda fixa, especialmente na expectativa de que a Selic pode cair para 10,50% nos próximos dois anos.

Os títulos prefixados, atualmente com taxas acima de 14%, ainda oferecem bons retornos em comparação às projeções de queda da Selic. O analista Lucas Ghilardi sugere focar em IPCA+ de médio a longo prazo, visando garantir ganhos reais acima da inflação.

Preocupações de Julho

O Banco Central expressou preocupações com a inflação persistente e o mercado de trabalho aquecido. O IPCA-15 recente mostrou desaceleração, e a taxa de desocupação do Brasil surpreendeu positivamente.

Esses fatores complicam a política monetária, pois um mercado de trabalho robusto pode aumentar a inflação e, consequentemente, os juros. O economista Rafael Perez observa que essas condições levarão o BC a manter a Selic em 15% enquanto avaliam seus efeitos na economia.

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