Testemunha confirma que governo Bolsonaro mapeou locais de votação em Lula para repassar à PRF
Ex-analista denuncia uso de dados da PRF com objetivo eleitoral e ligações com a campanha de Bolsonaro. Testemunha revela pedidos para análise de votos e correlações com áreas dominadas por facções.
Depoimento Revelador: O ex-analista de inteligência Clebson Ferreira de Paula Vieira afirmou que recebeu encomendas de estudos sobre a distribuição de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Os agentes realizaram batidas em locais favoráveis ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o pleito.
Clebson é testemunha de acusação no caso em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado. O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou os interrogatórios na última segunda-feira (19).
- Foi solicitado um levantamento sobre a concentração de votos acima de 75% para ambos os candidatos.
- Outra demanda envolveu uma análise de possíveis correlações entre votos em Lula e áreas dominadas pelo Comando Vermelho.
Essa solicitação foi feita após Lula realizar uma agenda de campanha no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, o que gerou tentativas de ligá-lo ao crime organizado.
Um relatório do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) indicou que as blitze da PRF no segundo turno podem ter atrasado eleitores. Durante o pleito, a PRF realizou 560 operações, focando no Nordeste, região onde Lula teve maior votação.
A defesa do ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, argumentou que as operações seguiram trâmites normais e foram baseadas em demandas locais.
*Com informações do Estadão Conteúdo - Publicado por Carol Santos