Teto do consignado do INSS entra em pauta em meio à queda das concessões
Discussão sobre o aumento do teto de juros do crédito consignado do INSS ocorre em meio à diminuição das concessões. Bancos buscam um novo limite que possa incentivar a oferta dessa modalidade de crédito.
A discussão sobre o aumento no teto dos juros do consignado para beneficiários do INSS retoma a pauta em Brasília nesta terça-feira. Isso ocorre após altas na taxa Selic e o crescimento do novo consignado privado.
A modalidade para aposentados vem perdendo força. Dados do Banco Central mostram uma queda na oferta desde outubro. Em janeiro, as concessões de consignado para aposentados e pensionistas do INSS caíram 15,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, somando R$ 9,4 bilhões.
Em comparação, o consignado para servidores públicos cresceu 5,7%, e para trabalhadores do setor privado, foram 6% de alta. A queda no INSS é atribuída a um teto de juros mais baixo e à suspensão da oferta por correspondentes bancários, especialmente para públicos com maior idade.
As normas do Banco Central impedem a oferta de produtos com margens negativas. Assim, em março de 2023, o teto de juros foi reduzido de 2,14% para 1,70% ao mês, levando a uma suspensão da oferta, inclusive por bancos públicos.
O ajuste mais recente ocorreu em janeiro, quando o CNPS elevou o teto de 1,66% para 1,80%% ao mês, com a Selic a 12,25% % ao ano. Atualmente, a Selic é de 14,25%% ao ano.
Bancos pediram um teto de 1,99%% ao mês. Segundo Ivo Mósca, representante das instituições financeiras, a taxa de 1,80%% não cobre os prejuízos dos bancos, dificultando a demanda de crédito.
O governo está focado no novo consignado privado, lançado em 21 de março. O Ministério do Trabalho anunciou 40,2 milhões de simulações, mas apenas 11 mil contratos foram fechados até agora. A expectativa é que a nova linha funcione plenamente no segundo semestre.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ em 24/03/2025.