Texas destina 50 milhões de dólares à pesquisa com psicodélico
Texas investe US$ 50 milhões em ibogaína, enquanto planeja proibir canabinoides psicoativos. A contradição reflete a divisão interna do Partido Republicano e acirra o debate sobre políticas de drogas no Estado.
Texas investe US$ 50 milhões em pesquisa com ibogaína, gerando polêmica enquanto proíbe derivados psicoativos da cannabis.
O investimento, aprovado em um pacote legislativo voltado à saúde mental de veteranos e policiais, visa estudar a ibogaína no tratamento de PTSD, depressão severa e dependência de opiáceos.
Paralelamente, um projeto para proibir canabinoides como delta-8 e delta-9 THC avançou rapidamente, mas foi vetado pelo governador Greg Abbott, que alegou conflitos com a Farm Bill federal.
O vice-governador Dan Patrick criticou o veto e prometeu reverter a decisão, destacando a divisão interna no Partido Republicano: liberais que veem a cannabis como uma oportunidade versus ultraconservadores que a veem como permissividade moral.
A utilização da ibogaína, um alcaloide da raiz da planta Iboga, é polêmica devido a riscos, mas estudos sugerem que pode reduzir sintomas de estresse pós-traumático e dependência de opiáceos.
No Texas, os tratamentos com ibogaína ainda não são autorizados, mas o investimento visa preparar o terreno para experimentos futuros.
O programa medicinal do Texas permite cannabis com até 1% de THC, e o veto de Abbott protegeu essa regulamentação de restrições mais severas.
A política de drogas no Texas reflete estratégias eleitorais mais do que científicas, focando em apelos a veteranos com a ibogaína, enquanto ataca a cannabis em busca de fortalecer uma moral conservadora.
O Texas se torna um laboratório da guerra cultural americana, promovendo psicodélicos enquanto restringe a cannabis, sinalizando um futuro com dois movimentos opostos: ibogaína versus cannabis.