Torcidas organizadas apoiam aposentados contra Milei, e protesto escala para confronto
Protestos tradicionais se intensificam com a participação de torcidas organizadas, resultando em confrontos violentos com a polícia. A manifestação destaca a crise das aposentadorias e as reivindicações por melhorias na cobertura de medicamentos e nas condições previdenciárias.
Protesto histórico na Argentina ganha novos contornos nesta quarta (12), com a participação das torcidas organizadas ao lado dos aposentados.
Os confrontos entre manifestantes e policiais federais começaram antes das 17h, com o uso de balas de borracha, jatos de água e gás lacrimogêneo para dispersar os grupos.
A repressão aumentou desde a presidência de Javier Milei, com novos protocolos de segurança. Torcidas de clubes como River Plate e San Lorenzo também se juntaram às marchas, dividindo a ira entre os aposentados, que perderam poder aquisitivo.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, anunciou a proibição de entrada de torcedores fichados em estádios e reforçou a segurança ao redor do Congresso.
Estudantes universitários e a esquerda argentina, como o grupo La Cámpora, também participaram. Conflitos foram relatados com pedras sendo atiradas nos policiais e hostilidade contra a imprensa.
Os aposentados buscam a recomposição de suas aposentadorias, cobertura de medicamentos e a renovação da moratória previdenciária, que termina neste mês.
No Congresso, a oposição aprovou comissões para investigar o governo por cryptogate, envolvendo o presidente Milei e sua irmã, Karina, com um potencial de votação na próxima semana.
Dados da consultoria CP indicam que a aposentadoria mínima está no menor valor dos últimos 20 anos, somando atualmente 279 mil pesos (R$ 1.525), que com bônus chega a 349 mil pesos (R$ 1.900). Cidadãos ganhando menos de 334,5 mil pesos (R$ 1.827) estão abaixo da linha da pobreza.