Trama golpista: ex-coordenador diz que PRF determinou abordagens a ônibus do Nordeste nas eleições de 2022
Ex-coordenador da PRF confirma apoio a operações de abordagem durante eleições e aponta inclinação política na cúpula da corporação. Alcântara ressalta que não recebeu ordens específicas para monitorar eleitores de Lula, mas menciona pressão por checagem de vídeos relacionados.
Depoimento no STF: Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de análise da PRF, reafirma que a corporação o orientou a apoiar abordagens a ônibus e vans com destino ao Nordeste durante as eleições de 2022.
Contexto: Lula (PT) obteve a maioria de votos na região no primeiro turno, onde Alcântara é uma testemunha na ação do "núcleo 2" da trama golpista.
A sessão foi conduzida pelo juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes. Alcântara declarou que a abordagem foi um "pedido adicional" da PRF, mas não recebeu ordens para monitorar eleitores de Lula.
Ele afirmou que sua função era acompanhar manifestações sociais e não teve acesso ao planejamento da operação Trânsito Seguro, que supostamente prejudicou eleitores de Lula.
Inclinação política: Alcântara mencionou uma proximidade política da cúpula da PRF com Jair Bolsonaro. Ele recebeu ordens para verificar vídeos de abordagens a eleitores de Lula, limitando-se à veracidade do conteúdo.
O ex-coordenador criticou a gestão de Silvinei Vasques, destacando que muitos na PRF desaprovavam essa orientação política.
Reiterou que seu cargo era técnico e não participou de reuniões de planejamento com outros órgãos. Negou ter sido pressionado, mas relatou ter se sentido "constrangido" ao entregar seu celular à Polícia Federal.