Transição energética exige coordenação entre setores e inovação no financiamento, dizem especialistas
Especialistas ressaltam a necessidade de melhorar regulações e reduzir riscos para potencializar o financiamento de projetos sustentáveis no Brasil. Evento no Rio de Janeiro discute estratégias para mobilizar recursos e engajar o setor privado nas metas climáticas do Brics.
Financiamento para transição energética no Brasil precisa de aperfeiçoamento, afirmaram representantes do setor público e privado durante o evento “Brics Dialogues” no Rio.
É necessário reduzir riscos, criar regulações eficientes e inovar em ferramentas financeiras para viabilizar projetos sustentáveis em larga escala.
A assessora da presidência do BNDES, Ana Zettel, destacou o papel do banco como motor de desenvolvimento e elo para remover desafios de projetos, alocando capital em áreas como energia eólica e reflorestamento.
O Fundo Clima é o principal instrumento do BNDES para fomentar essa transformação, e a “Plataforma de País” permitirá que cada nação crie um rol de projetos “verdes” para captar recursos.
Em outubro de 2024, o governo brasileiro lançou a Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica (BIP), focando em três eixos estratégicos:
- Soluções baseadas na natureza e bioeconomia;
- Indústria e mobilidade;
- Energia sustentável.
Esses projetos-piloto somam US$ 10,8 bilhões em capital a ser mobilizado e visam contribuir para as NDCs (metas climáticas nacionais).
A gerente de diplomacia empresarial da CNI, Constanza Negri, identificou como maior desafio o destravamento do financiamento privado.
Ela apontou três caminhos para superar entraves:
- Aumentar acesso a financiamento climático;
- Promover inovação financeira e melhorar marcos regulatórios;
- Aumentar uso de instrumentos de mitigação de riscos.
Negri também mencionou a necessidade de alinhar padrões e taxonomias de ESG para atrair mais investidores. O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) deve se expandir e dedicar recursos à capacitação em transição energética e transformação digital.
Serão formuladas 18 recomendações no CEBrics, abordando temas desde agronegócio até comércio e investimento, destacando a discussão transversal dos assuntos.