Trégua do juro seria mais animadora se Lula colaborasse com menor gasto federal
Banco Central deve manter juros estáveis enquanto monitora inflação e crescimento econômico. A ata do Copom revela preocupações com instabilidades internas e externas que podem impactar a economia brasileira.
Banco Central (BC) deve evitar alta de juros nos próximos meses, avaliando os efeitos da alta da taxa básica para 15%.
Essa informação foi divulgada na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ocorrida em junho.
A ata, publicada em 24 de junho, destaca riscos inflacionários relacionados à instabilidade internacional e desajustes internos na economia brasileira.
Menciona também o conflito geopolítico no Oriente Médio e suas repercussões no mercado de petróleo, incertezas sobre contas públicas nos EUA, e a situação fiscal no Brasil.
Na véspera da publicação, houve fortes reações iranianas e bombardeios israelenses, além de uma oferta americana de mediação diplomática.
O anúncio de cessar-fogo no Oriente Médio foi a principal notícia internacional do dia. No Brasil, a ata do Copom forneceu um panorama da insegurança econômica nacional e global.
Um dia antes, o boletim Focus apresentou novas projeções: inflação de 5,24%, crescimento econômico de 2,21%, câmbio a R$ 5,72, e Selic em 15%.
Embora expectativas de inflação tenham diminuído, as projeções de Produto Interno Bruto (PIB) subiram. No entanto, não foram suficientes para estabilizar a inflação e o crescimento acima de 2% a 2,5%.
Se o presidente Lula cooperar e reduzir gastos, o BC poderá traçar cenários mais positivos, permitindo que o ministro Fernando Haddad projete um crescimento mais alinhado aos emergentes.
A melhora no cenário econômico pode ser tão otimista quanto a notícia de um cessar-fogo no Oriente Médio.