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Triangulação: por que mandar produtos para outro país antes dos EUA para driblar tarifaço é ilegal e pode sair caro

Especialistas alertam que a tentativa de triangulação das exportações brasileiras para evitar tarifas dos EUA é ilegal, e que práticas adequadas podem ser complexas e onerosas para os exportadores. Além disso, algumas transformações substanciais podem ser consideradas legais, mas cada caso é analisado individualmente pela alfândega americana.

Brasil é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.

Uma alternativa para escapar da tarifa de 50% imposta por Trump seria enviar produtos brasileiros para um país intermediário e, de lá, para os EUA. No entanto, essa prática é ilegal e pode acarretar custos altos para os importadores norte-americanos.

A triangulação, onde produtos brasileiros passam por outro país para evitar tarifas, viola princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC), e foi explicitamente proibida por um decreto de Trump. Empresas flagradas terão que pagar tarifas do país de origem e penalidades adicionais.

Ainda assim, há maneiras legais de contornar a tarifa, como a industrialização em outro país, que pode alterar a origem do produto. Contudo, essa mudança é complexa e cara, necessitando de estruturas adequadas.

Setores como a carne bovina têm mais chances de se beneficiar dessa estratégia. Frigoríficos como JBS, Marfrig e Minerva já operam fora do Brasil. A Minerva, por exemplo, utiliza indústrias na Argentina e no Paraguai, enquanto a Marfrig também atua no Uruguai.

Por outro lado, o café brasileiro pode ser reexportado após industrialização em países como a Alemanha, que é um grande importador do grão brasileiro.

O cenário de reexportação deve se intensificar com o tarifaço, pois exportadores brasileiros vendem grãos que são transformados e vendidos nos EUA. Especialistas acreditam que essa prática pode se tornar comum.

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