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Tributação de rico é popular, e Congresso quer se reeleger, diz secretário da Fazenda

Governo avalia que proposta de imposto mínimo para milionários conta com forte apoio popular. Secretário de Reformas Econômicas acredita que a pressão da opinião pública pode influenciar a decisão do Congresso.

Governo analisa disparidade de impostos no Brasil

O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, aponta a injustiça na taxação de trabalhadores assalariados em comparação aos ricos. Ele discute a criação de um imposto mínimo para milionários, que apresenta índices de aprovação elevados da população.

Pinto afirma que a maioria dos contribuintes é favorável ao projeto, que visa corrigir a **imposição desigual** em que um milionário paga menos impostos que uma professora.

A sensibilidade do Congresso à opinião pública é destacada por Pinto, observando que todos os parlamentares buscam a reeleição.

Dados indicam que os trabalhadores já pagam, em média, 10% de IR, com alguns chegando a 27,5%, enquanto cerca de 141 mil pessoas pagam apenas 2,5%.

O governo já conversou com parlamentares, recebendo aceitação positiva e sem objeções significativas à proposta.

O imposto mínimo deve atacar desigualdades, equilibrando a carga tributária entre classes. Pinto compara a alíquota efetiva dos mais ricos no Brasil, que é de 2,5%, à de 25% dos EUA.

Em relação à retenção de 10% sobre dividendos, o secretário garante que essa medida é essencial para assegurar receitas. Ele reafirma que a tributação dos dividendos não prejudicará os investimentos na Bolsa.

Pinto explica que o governo não taxou verbas indenizatórias por questões judiciais e que escolheu priorizar setores com apoio do Congresso.

O Simples Nacional terá impacto reduzido com o novo imposto, atingindo, eventualmente, apenas empresários milionários. O secretário defende que, apesar da necessidade de uma reforma tributária mais ampla, mudanças incrementais são necessárias para enfrentar a desigualdade social.

Pinto afirma que a isenção de 90% da população não é populismo, mas uma resposta à realidade de concentração de renda no país.

Perfil: Marcos Barbosa Pinto, 47 anos, é professor e especialista em direito e economia, com experiência em empresas e organismos internacionais.

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