Trump: bem na foto, mal no filme
Análise critica as políticas protecionistas de Trump e suas implicações para a economia e a democracia nos Estados Unidos. Especialistas questionam se as ações do governo realmente representam um caminho viável para a recuperação da hegemonia americana.
Donald Trump é retratado como um grande vencedor, impondo um tarifaço com reações mínimas de países afetados. Ele estancou a imigração indesejada e conquistou aprovações no Congresso, incluindo a Big and Beautiful Bill.
Até o momento, as empresas afetadas têm aceitado as tarifas sem reações contundentes. Não houve uma resposta unificada de políticos globais para reverter a política comercial dos EUA, prevalecendo a ideia do “meu pirão, primeiro”.
Entretanto, existem preocupações sobre a sustentabilidade dessa estratégia. A grandeza dos EUA foi construída sobre livre concorrência, livre comércio e um sistema democrático robusto, que agora estão sendo desmantelados sob a justificativa de declínio americano.
Questões surgem sobre o futuro do protecionismo e o viés autoritário adotado. Seria uma tentativa de recuperar a hegemonia perdida para a China ou garantir a permanência de Trump no poder?
O rombo fiscal americano levanta dúvidas sobre a continuidade do dólar como moeda de reserva global, lembrando as palavras de John Maynard Keynes: “se queres destruir o sistema, começa por destruir o valor da sua moeda”.
A passividade diante das imposições de Trump ocorre tanto no exterior quanto dentro dos Estados Unidos, com o Partido Democrata paralisado e universidades perdendo iniciativa.
É preciso refletir se o experimento de Trump é apenas um desespero ou se ele realmente entende que um império requer a preservação de suas bases. O que foi bem-sucedido não deve ser visto como fonte de destruição.