HOME FEEDBACK

Trump contradiz agências de inteligência e diz ao Congresso dos EUA que Irã desenvolvia armas nucleares

Trump justifica ataque às instalações nucleares do Irã, afirmando que abrigavam um programa de desenvolvimento de armas nucleares. Especialistas e agências de inteligência contestam essa alegação, destacando a falta de provas sobre a intenção iraniana de desenvolver armamento atômico.

Donald Trump enviou uma carta ao Congresso dos EUA afirmando que as instalações nucleares iranianas atacadas em 21 de outubro abrigavam "um programa de desenvolvimento de armas nucleares".

Essa declaração vai contra as agências de espionagem, que afirmam que tal programa não existe.

No documento, publicado pela Casa Branca, Trump disse que as Forças Armadas realizaram um "ataque de precisão" contra três instalações nucleares no Irã.

A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, afirmou em março que o líder do Irã, Ali Khamenei, ainda não decidiu reiniciar o programa de armas nucleares, oficialmente abandonado em 2003.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) relatou que o Irã enriqueceu urânio a níveis além do necessário para usos civis, possuindo cerca de 400 kg de urânio a 60% de pureza.

Especialistas destacam que, embora o Irã possa enriquecer esse material rapidamente, não há provas concretas de que tenha escolhido seguir essa trajetória. O país é membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT) e mantém uma fatwa que proíbe a produção de armas nucleares.

A carta sugere que Trump ignorou informações da inteligência americana ao ordenar o ataque às instalações de Fordow, Natanz e Isfahan.

Analistas comparam a situação às alegações de George W. Bush em 2003, quando justificou a invasão do Iraque com a ideia de armas de destruição em massa que nunca foram encontradas.

Trump, ao ser questionado sobre o relatório de Gabbard, afirmou: “Eu não ligo para o que ela disse”, alegando que o Irã está próximo de desenvolver uma bomba atômica.

Gabbard tentou suavizar as declarações, afirmando que o Irã poderia produzir uma bomba em “semanas ou meses”, argumento também defendido por Israel.

Trump e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, disseram que o ataque "obliterou completamente" o programa nuclear iraniano, mas um relatório confidencial revela que o bombardeio pode ter apenas atrasado o programa por alguns meses.

Leia mais em folha