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Trump culpa Brics por dólar mais fraco, mas ele mesmo pode ser a maior ameaça, dizem analistas

Trump critica o Brics, acusando o bloco de ameaçar o dólar, enquanto analistas apontam sua retórica como um fator que contribui para a desvalorização da moeda americana. A situação pode complicar as relações comerciais entre os EUA e o Brasil, dificultando possíveis acordos futuros.

Donald Trump critica o Brics e expressa preocupação com a ameaça ao dólar. Analistas afirmam que suas ações podem ser a razão da fraqueza recente da moeda americana.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar, apresentou perdas superiores a 10% em 2023, a maior desvalorização em um primeiro semestre desde 1973. Em 2024, a moeda havia se valorizado.

Trump afirmou que o Brics tenta desvalorizar o dólar, declarando: “Se perdemos o valor do dólar, é como se tivéssemos perdido uma guerra”. O bloco, formado por 11 países, inclui agora Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia e Irã.

O presidente brasileiro Lula respondeu que o Brics é um “grupo aberto”, sugerindo inclusão de mais países e criticando as taxas de 10% que Trump propôs a nações aliadas ao bloco.

Especialistas, como Michael Every, questionam o que define uma “política antiamericana”, e Thu Lan Nguyen, do Commerzbank, considera que as críticas de Trump são reações a uma cúpula do Brics com críticas aos EUA.

Aumento de tarifas unilaterais e ataques ao Irã foram mencionados no comunicado da cúpula. A fortalecimento de sanções dos EUA é vista como uma ameaça ao status do dólar como moeda de reserva mundial.

William Dudley, ex-presidente do Federal Reserve, argumenta que a fraqueza do dólar reflete a abordagem da administração nas relações exteriores e comerciais.

A relação entre os EUA e o Brasil não deve piorar, mas também não se espera que avance positivamente, segundo analistas como Alexandre de Ázara, do UBS BB.

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