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Trump diz que as tarifas vão pagar a dívida americana. Os números mostram outra realidade

Trump apresenta plano para a dívida nacional, mas economistas questionam sua viabilidade. Receitas tarifárias atuais não são suficientes para cobrir nem os juros da dívida, acendendo alertas sobre uma possível crise financeira.

Presidente Trump propõe um plano de lucros tarifários com dois objetivos: quitar a dívida nacional de US$ 37 trilhões e dividir lucros com o público.

Trump afirma que as tarifas gerarão receita suficiente para pagar dívidas, porém os dados atuais mostram que as receitas tarifárias não cobrem nem os juros da dívida. Em julho, os juros da dívida totalizaram US$ 60,95 bilhões, enquanto as tarifas apenas US$ 29,6 bilhões.

A Casa Branca considera usar as receitas tarifárias para quitar parte da dívida, mas não apresenta um plano claro para isso. Em comparação ao governo Biden, o tesouro planeja US$ 40 bilhões em recompra de títulos, indicando menor empenho.

Os especialistas sugerem que, mesmo que Trump repasse US$ 30 bilhões mensalmente, isso representará menos de 1% da dívida total. Economistas como João Gomes afirmam que a ideia de reduzir a dívida com tarifas é um exagero.

O Dr. Desmond Lachman alerta para os riscos associados à dívida e questiona a credibilidade das propostas tarifárias. Ele acredita que os investidores estrangeiros podem perder a confiança no governo, visto que 26% da dívida é detida por eles.

Os rendimentos de títulos do tesouro permanecem estáveis, mas Gomes acredita que as estratégias não devem ser descartadas. A abordagem não tradicional de Trump pode, de algum modo, gerar novas receitas.

O Conference Board destaca que a crise da dívida é iminente e sugere um programa de reformas que inclui responsabilidade fiscal e reforma tributária para reduzir a relação dívida/PIB para 70% em 20 anos.

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