Trump excluiu refugiados, mas está fazendo uma exceção para sul-africanos brancos
Estados Unidos reiniciam admissões de refugiados com foco em sul-africanos brancos. Medidas de apoio ao reassentamento ocorrem em meio a críticas sobre a exclusão de outros grupos vulneráveis.
Estados Unidos reiniciam admissões de refugiados, após paralisação durante o governo Trump, mas apenas para sul-africanos brancos.
Na segunda-feira (12), 59 sul-africanos brancos chegaram aos EUA, transportados em avião fretado e já com status de refugiados.
Esses indivíduos foram destacados por Trump como um grupo que enfrenta discriminação racial. Eles serão reassentados em dez estados, conforme informações internas.
Miro Marinovich, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, confirmou que o reassentamento prioriza africâneres e que serviços de apoio serão coordenados para eles.
O Departamento de Estado não explicou detalhadamente a situação dos sul-africanos, mas um memorando indicou que muitos testemunharam ou vivenciaram violência extrema por motivos raciais.
Chrispin Phiri, do Ministério das Relações Exteriores da África do Sul, refutou as alegações de discriminação e afirmou que o reassentamento tem motivações políticas.
A chegada dos africâneres está ligada a uma lei de redistribuição de terras na África do Sul, que Trump alegou ser discriminatória contra brancos. Desde o fim do apartheid, o país vive tensões raciais.
Trump anunciou cortes na ajuda à África do Sul e a política de acolhimento de africâneres foi vista como uma resposta a alegações de perseguição racial.
A admissão de africâneres ocorre em meio ao desmantelamento do sistema de reassentamento. Enquanto isso, milhares de refugiados de outras nacionalidades enfrentam dificuldades.
O procedimento para os africâneres foi acelerado e não seguiu o protocolo usual, que normalmente envolve a triagem do Acnur. A situação gera preocupações sobre questões de justiça racial e tratamento equitativo entre os refugiados.