Trump faz 'diplomacia do bullying' ao receber líderes estrangeiros na Casa Branca
Trump redefine encontros bilaterais, mesclando diplomacia com confronto público. Seu estilo provoca desconforto entre líderes e altera a percepção global sobre a confiabilidade dos EUA.
Donald Trump rompeu com a praxe de encontros bilaterais abertos à imprensa, desde o início de seu segundo mandato.
Tradicionalmente, essas reuniões no Salão Oval eram breves, limitadas a imagens e saudações, sem perguntas. Porém, Trump deixou as visitas abertas por mais tempo e fez perguntas durante as reuniões, por vezes causando situações constrangedoras para os líderes convidados.
Um exemplo marcante foi o encontro com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, onde ocorreram bate-bocas e a coletiva foi cancelada.
Michael Shifter, da Universidade Georgetown, destaca que Trump adota um estilo "showman", buscando atenção pública, mesmo negativa. Ele faz humilhações publicamente, algo incomum entre presidentes anteriores.
No primeiro encontro de Trump, com o premiê israelense Binyamin Netanyahu, a reunião foi aberta por 15 minutos, onde Trump fez declarações controversas sobre os palestinos.
Em seguida, ao receber o primeiro-ministro japonês, Trump anunciou tarifas comerciais, mantendo o encontro aberto por 30 minutos, seguido de uma coletiva.
Trump, após receber o rei da Jordânia, elogiou a situação respeitosa, ao contrário do encontro com o presidente francês, onde discutiram gastos com a Ucrânia, evidenciando tensões.
Na reunião com o primeiro-ministro irlandês, Trump se defendeu das tarifas impostas à União Europeia, prolongando a conversa por 50 minutos. Argumentos semelhantes causaram apreensão.
Shifter ressalta que o comportamento de Trump faz os EUA parecerem imprevisíveis, impulsionando outros países a fortalecerem seus laços com nações aliadas como um tipo de “seguro” contra possíveis confrontos