Trump não pode ser uma desculpa
A abertura comercial é essencial para o Brasil se inserir nas cadeias produtivas globais. Adotar tarifas mais baixas pode impulsionar a competitividade e a inovação no setor produtivo nacional.
A escalada tarifária imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, trará consequências negativas, como aumento da inflação e interrupção de cadeias produtivas. No entanto, essas medidas podem criar oportunidades para o Brasil.
O caminho é oposto ao de Trump: diminuição das tarifas e desburocratização. Uma agenda de abertura comercial é vital, especialmente na atual conjuntura global.
Historicamente, o Brasil possui apenas 1,5% de participação no comércio global, sendo o 24º maior exportador e o 27º em importações, apesar de ter o 10º maior PIB do mundo. Esse cenário se deve à inerção do país frente às transformações comerciais desde os anos 1990.
Enquanto outras nações adotaram políticas de redução tarifária, o Brasil manteve uma visão mercantilista de proteção ao mercado interno, resultando em baixa produtividade e ineficiência.
A proposta sugere a redução gradual das tarifas de importação de Bens de Capital e Bens de Informática até o nível de 4%, semelhante a países como Coreia do Sul e México.
Adicionalmente, é essencial:
- Intensificar as negociações de acordos de livre-comércio.
- Reformar o Mercosul para que países-membros possam alinhar acordos individualmente.
- Retomar a adesão ao Acordo de Compras Governamentais da OMC.
- Desburocratizar processos de importação.
- Extinguir o AFRMM, que encarece importações.
Uma abertura comercial poderia integrar o Brasil às cadeias internacionais, aumentando a competitividade das empresas e propiciando inovação e empregos a custos mais baixos.
A situação criada por Trump não pode ser uma desculpa para que o Brasil mantenha sua presença limitada no mercado internacional. É hora de melhorar as credenciais do país.